CESE E COIAB lançam 2º Edital para fortalecer a Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas da Amazônia Legal
Com apoio do Fundo Amazônia/BNDES, edital vai destinar até R$ 8 milhões a projetos de organizações indígenas atuantes na região. A Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), lança hoje (01), o 2º Edital Dabucury: Compartilhando Experiências e Fortalecendo a Gestão Etnoambiental das Terras Indígenas da Amazônia Brasileira. A iniciativa, financiada pelo Fundo Amazônia/BNDES, apoiará até 30 projetos de gestão territorial e ambiental indígena em nove estados da Amazônia Legal, totalizando até R$ 8 milhões em investimentos.
Sementes Ancestrais, Futuros Possíveis: Mulheres e Juventudes por Justiça Socioambiental e Climática
O edital teve como objetivo fortalecer ações protagonizadas por mulheres e/ou juventudes em defesa da justiça socioambiental e climática e recebeu aproximadamente 180 propostas de diferentes regiões do Brasil. A CESE agradece a todas as organizações e coletivos que confiaram neste processo e compartilharam suas iniciativas. A realização contou com o apoio do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Confira a lista dos projetos selecionados.
Apoio a projetos de fortalecimento de organizações indígenas de mulheres da amazônia e do cerrado
A Coordenadoria Ecumênica de Serviço- CESE, com apoio e financiamento da União Europeia, convida organizações e movimentos populares para participar da seleção de projetos no âmbito da iniciativa Patak Maymu: Autonomia e participação das mulheres indígenas da Amazônia e do Cerrado na defesa de seus direitos que tem por objetivo fortalecer a participação das mulheres indígenas da Amazônia e do Cerrado e suas organizações, dentro e fora de suas comunidades para a defesa de seus direitos e territórios.
Apoio para participação na III Marcha das Mulheres Indígenas
Chamada Pública de Pequenos Projetos, apoio para participação na III Marcha das Mulheres Indígenas, no âmbito da iniciativa Patak Maymu: Autonomia e participação das mulheres indígenas da Amazônia e do Cerrado na defesa de seus direitos. A iniciativa busca fortalecer o
protagonismo de mulheres indígenas e suas organizações, e contempla uma ampla diversidade de povos indígenas e contextos vivenciados.
Amazônia de Todas as Lutas: Direitos e Espiritualidades para o Bem Viver
Edital para apoiar ações contra os fundamentalismos e pela defesa de direitos na Amazônia Legal: “Amazônia de Todas as Lutas: Direitos e Espiritualidades para o Bem Viver.” A iniciativa foi destinada a povos indígenas, comunidades tradicionais (especialmente quilombolas), igrejas e organismos ecumênicos, grupos inter-religiosos e de matriz africana dos nove estados que compõem a Amazônia brasileira: Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
Povos do Cerrado enfrentando as Mudanças Climáticas: Direitos Territoriais e Sistemas Alimentares
Edital de apoio a projetos “Povos do Cerrado enfrentando as Mudanças Climáticas: Direitos Territoriais e Sistemas Alimentares”. A iniciativa buscou contribuir com povos indígenas, comunidades tradicionais, extrativistas, ribeirinhas, camponesas, quilombolas, mulheres, juventudes, entre outros, nos seus processos de defesa dos direitos territoriais e de fortalecimento de sistemas alimentares, no âmbito do Cerrado dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MATOPIBA).
A CESE foi criada no ano mais violento da Ditadura Militar, quando se institucionalizou a tortura, se intensificaram as prisões arbitrárias, os assassinatos e os desaparecimentos de presos políticos. As igrejas tiveram a coragem de se reunir e criar uma instituição que pudesse ser um testemunho vivo da fé cristã no serviço ao povo brasileiro. Fico muito feliz que a CESE chegue aos 50 anos aperfeiçoando a sua maturidade.
Quero muito agradecer pela parceria, pelo seu histórico de luta com os povos indígenas. Durante todo o tempo que fui coordenadora executiva da APIB e representante da COIAB e da Amazônia brasileira, nós tivemos o apoio da CESE para realizar nossas manifestações, nosso Acampamento Terra Livre, para as assembleias locais e regionais. Tudo isso foi muito importante para fortalecer o nosso protagonismo e movimento indígena do Brasil. Deixo meus parabéns pelos 50 anos e seguimos em luta.
Conheço a CESE desde 1990, através da Federação de Órgãos para Assistência Social (FASE) no apoio a grupos de juventude e de mulheres. Nesse sentido, foi uma organização absolutamente importante. E hoje, na função de diretor do Programa País da Heks no Brasil, poder apoiar os projetos da CESE é uma satisfação muito grande e um investimento que tenho certeza que é um dos melhores.
Comecei a aproximação com a organização pelo interesse em aprender com fundo de pequenos projetos. Sempre tivemos na CESE uma referência importante de uma instituição que estava à frente, na vanguarda, fazendo esse tipo de apoio com os grupos, desde antes de outras iniciativas existirem. E depois tive oportunidade de participar de outras ações para discutir o cenário político e também sobre as prioridades no campo socioambiental. Sempre foi uma troca muito forte.
Há muito a celebrar e agradecer! Nestes anos todos, a CESE tem sido uma parceira importantíssima dos movimentos e organizações populares e pastorais sociais. Em muitos casos, o seu apoio foi e é decisivo para a luta, para a vitória da vida. Faz as exigências necessárias para os projetos, mas não as burocratiza nem as excede. O espírito solidário e acolhedor de seus agentes e funcionários faz a diferença. O testemunho de verdadeiro ecumenismo é uma das suas marcas mais relevantes! Parabéns a todos e todas que fazem a CESE! Vida longa!
Eu acho extraordinário o trabalho da CESE, porque ela inaugurou outro tipo de ecumenismo. Não é algo que as igrejas discutem entre si, falam sobre suas doutrinas e chegam a uma convergência. A CESE faz um ecumenismo de serviço que é ecumenismo de missão, para servir aos pobres, servir seus direitos.
Somos herdeiras do legado histórico de uma organização que há 50 anos dá testemunho de uma fé comprometida com o ecumenismo e a diaconia profética. Levar adiante esta missão é compromisso que assumimos com muita responsabilidade e consciência, pois vivemos em um país onde o mutirão pela justiça, pela paz e integridade da criação ainda é uma tarefa a se realizar.
Ao longo desses 50 anos, fomos presenteadas pela presença da CESE em nossas comunidades. Nós somos testemunhas do quanto ela tem de companheirismo e solidariedade investidos em nossos territórios. E isso tem sido fundamental para que continuemos em luta e em defesa do nosso povo.
A relação de cooperação entre a CESE e Movimento Pesqueiro é de longa data. O apoio político e financeiro torna possível chegarmos em várias comunidades pesqueiras no Brasil para que a gente se articule, faça formação política e nos organize enquanto movimento popular. Temos uma parceria de diálogos construtivos, compreensível, e queremos cada vez mais que a CESE caminhe junto conosco.
Há vários anos a CESE vem apoiando iniciativas nas comunidades quilombolas do Pará. A organização trouxe o empoderamento por meio da capacitação e formação para juventude quilombola; tem fortalecido também o empreendedorismo e agricultura familiar. Com o apoio da CESE e os cursos oferecidos na área de incidência política conseguimos realizar atividades que visibilizem o protagonismo das mulheres quilombolas. Tudo isso é muito importante para a garantia e a nossa permanência no território.